Castigo dos Deuses

Um dia se descobre que, aqui, o que se faz, se paga.

E que não há palavra mais tocante e mais vaga

Que aquela que lhe foi, pela boca, propagada.

Os fonemas ecoando pelos morros e pelos ares,

Afogando as imperfeições nesses vastos belos mares

Que nada são além de fachada para meus tantos males.

E os escuto como a luz para o escuro.

Como se achado o que arduamente procuro

Nessa rede de dor, um escape, um furo.

E ainda assim lhe vejo como um deus.

Como se eu Afrodite, você Poseidon ou Zeus.

Eu tento, mas é impossível resistir aos encantos seus.

Dalila Fagundes do Real
Enviado por Dalila Fagundes do Real em 27/08/2007
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