Amor em Pedaços

Levantei a cabeça olhei para o tempo,

Meu reflexo, minha sombra sumiu,

Estou partido, uma parte de mim se foi,

A outra ficou em retalhos, na saudade.

Desviei meus olhos, da sua partida,

Tirei meus lábios, dos teus lábios no tempo,

Desfigurei meu pensamento do teu rosto,

Cortei meus braços dos teus abraços.

Queimei meu corpo vazio...

Mas ainda te sinto...

O que resta...

Não me mantém vivo...

Este amor não acaba...

Sem corpo minha alma segue em travessias,

Para todos os cantos do coração, cantos vivos,

Que arranham minha emoção,

Feridas abertas e sangrando, o amargo fel.

Dar os pontos, reconstituir o corpo,

Meus sentimentos estão nas bandejas do passado,

Sendo degustados pelo presente, mas não saciarão,

Meu futuro...

Não há consolo, não há tristeza,

Só há pedaços esparramados pelos ventos

Esparramados pelas vidas que transformam,

Os sonhos em um labirinto sem saída.

Não há nada para ser feito...

Somente meu amor cortado em vários pedaços,

Não vou ajunta-los...

Vou ficar aqui neste espaço, sentado e velos consumir-se.

Tudo esta fora...

O sol me trás novos dias...

O calor dos céus trazem os ventos aquecidos, e não congelo mais...

Certamente morrerei de fome, fome do amor...

Dormirei...

Acordarei...

E não será aliviado...

Nem degustado por mim...

Os sentimentos carnívoros...

Saciar-se-ão...

E meus sentimentos...

Ficarão onde estão...

Na lápide...

Do meu coração.

Não sei...

Silêncio...

Dúvidas...

Desconfianças...

A inquisição do amor começou...

Sentir o cheiro da fogueira...

Que queima, e carboniza...

Todo o meu ser...

A chuva cai, a chuva morna...

A água límpida da alma...

Se segurar na mão do logos...

Do beta e do ômega...

A conspiração, não é do cosmos...

Mas de nós...

Alfas

Console-me... saudade

Arrebata-me... solidão

Alimente-me... ilusão

Consuma-me... coração

Me entregue... nas mãos o desespero

Amarre-me... Nos laços da paixão

Sepulte-me... Nos campos da esperança

Mas não me deixe morrer de amor...

Mas não me deixe aqui no chão...

Que as enxurradas das águas me levarão para o rio...

O rio das águas paradas, do desanimo...

Afundarei como uma pedra...

E no fundo...

As mágoas servirão de ancoras...

E me embriagarei de mim...

Porque em mim só há você...

Não será minha bóia, mas minha desilusão...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 24/02/2018
Código do texto: T6263354
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