Escrever
Escrever é alar-se aos confins dos sentimentos
Cada verso, estrofe, rima, são os vívidos momentos
Uma paixão inebriante em tecer pedaços de mim
Um amor formoso em doar-me ao que lê
A poesia corre nas veias, de formas e cores distintas
Me carrega a beira-mar, inspirando, me entoando canções
Tudo que vê, tudo que fala, tudo que sente, é poesia
Se estou na janela do ônibus, o vento com toque acarinhado me empresta o inspirar
Se vejo alguém caminhando, já penso em ortografar...
Escrevo aos amantes, de jóias feito o amor
De flores feito o esplendor
De devaneios à realidade.
A sensível visão do poeta
Aquela onde ele vê o que às vezes não sente
Um acalentado de letras nos confortam
Nadamos no céu, andamos sobre rios, falamos ardor, fervor e um tanto de dor
Exalamos no escrever o cheiro do que está ali
Damos sentidos e ressentidos
Estreitamos as distâncias
Rasuramos os muros sociais
Desenhamos nas críticas e pintamos as cores que nos vêem
Bailamos com o leitor uma salsa e merengue
E musicalizamos as trilhas sonoras da vida...
Escrever é ir além do limite
Construir castelos, cultivar amores, florescer jardins, acariciar as dores
É dar-se ao leitor um trecho feliz
É emprestar utopias
É colocar lágrimas em olhos secos
É rasgar o coração em aperto
É ouvir a cantilena de pássaros imaginários
É drapejar em estrelas
É viver para tocar almas
É granjear bons e ruins momentos
Essa é a arte de escrever!