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Para a infelicidade dos meus primeiros sambistas,

Meu Rio canta um samba melancólico,

Para tristeza dos poetas apaixonados pela maravilha,

Meu Rio só em matérias de violência e abandono;

Para o carnaval, colocamos as máscaras e fingimos,

Meu Rio anda tão feio, sem cor e sem jeito de dançar,

Para o Brasil que abraça esse lindo município,

Meu Rio já não é mais sua joia, foi roubada da corôa;

Dos poemas e sambas, para boletins de ocorrência,

Dos carros alegóricos, para a porta dos lotados hospitais,

Das escolas, para perambular no meio da rua,

Da sua fortaleza, para se esconder debaixo da mesa;

Aqui não há representantes para nos representar,

Um vampiro, um fantasma fanático e um zumbi,

Meu Rio agora é representado por ''anônimos'',

Anjos que lutam o máximo para colher o mínimo;

Nossas casas já não são mais seguras há tempos,

Terreiros são atacados, furtados e destruídos,

Exposição sobre sexualidade aqui já não pode,

Até o samba tentaram impedir...deus não era brasileiro?

O dinheiro do servidor atrasado, o estado quebrado,

Políticos pagando caro por obras assim como

o trabalhador que paga caro o ônibus saturado,

O parque olímpico fantasma, o teatro sem som,

Cidade abandonada, cheia de encantos mil?

Meu Rio canta uma canção triste, todo Brasil o acompanha.

(Data: 03 de Fevereiro de 2018)

Queria dizer que nós, o povo, podemos tirá-''los'' do poder assim como ''os'' elegemos, mas lembrei-me de que leis são feitas por políticos, não há um código ou conduta que seja maior que qualquer indivíduo. Leis feitas para ''os'' perpetuarem no poder, para ser cada vez mais difícil de tirá-''los'' de seus mandados quando a certeza sobre desleixo, corrupção e afins for cada vez mais clara.

Para ler esse e mais outros poemas em meu mais novo livro disponível no aplicativo e site, wattpad: https://www.wattpad.com/story/132998840-feitos-efeitos