Pateta!

.

.

E ter-se a poesia

a escorrer do vento

num enclave cibernético

e ser a palavra solta

ser maresia

ser enigma ou ser Cristina

e subir a pique

espairecendo num poema

para um céu a escreve-se

abertamente

no flamejante da tocha

no brutal alumiado

das coisas

enquanto criações

a encobrir outras coisas

enquanto vida.

.

O cadáver emparedado

tem a bênção da fossilização

ao longo das cores

em que teima em explodir.

E que isto não seja escrever

mas uma espécie

de estar à toa.

Querer gritar e não saber.

Estar longe, longe,

de acontecer

e, ainda assim,

invariavelmente... ser!

Gente!,

que isto não é justo!

Esta história

não acerta com o fim

que eu quero para ela.

A piada é cretina porque

nem a bola é deste jogo

nem o xadrez tem balizas!

.

Pateta...

sabes que os absurdos

também se abatem

e que aquilo a que chamas

de meu poema

teima em continuar.

Obstinadamente,

a avantesma corre

em círculos atléticos

à volta de um umbigo

olímpico mas meu.

O pior é que isto

pode não ser verdade.

Pode ser só um cenário.

E então, pateta,

porque não ?

O que acaba por ser,

é o que se tem!

Como tal,

será o que for, de real,

o possível,

pois!, que remédio!

.

________________________LuMe

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 09/03/2018
Código do texto: T6275177
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