Chama... e oblívio
.
Recupero o folego
num lapso de tempo
isento de presságios.
Inspiram-me o sorriso
uns quantos indícios,
por aí,
de uma certa encubação,
de resto,
muito crónicamente
revisitada.
Penso que um dia
lhe terei chamado
- gravidez -
mas não é lá muito natural
que ainda o recorde.
.
"Avec le temp...
tout s'en va!"...
e tanto... tem ido
e desculpem se condescendo
em fazer aturar
nostalgias
avulsas
ou, outramente,
(que não aturar,
ou nem avulsas,
nem de condescendencia,
tampouco nostalgia)
outramemte, sim
e mais... aliás,
mas pouco mais que
xispa de sobressalto,
que acentou arraiais, sedimentou-se,
e ficou em mim:
como sobressalto
que se presa, fez-se vinco,
arvorou-se
em ruga de um tempo indelével,
em cicatriz inglória
de me engendrar
o desiderato de crescer,
sempre, sempre,
por mais
algum tempo
e tão afinalmente
saber-me desvanecer,
como que num pasmo
estemporâneo
num refego opaco
da memória.
...
Ainda assim,
tenho colhido mansidão
em olhar a margem
ao fluir do rio;
tenho retido acasos
em que a voz é do poema ,
dizem por demais os versos
o que eu nunca ousei
nem mesmo no recato
das minhas sombras mais chegadas.
Daí o tanto eu querer
uma certa chama esquiva.
Está dito!... e agora
venha por mim a aniquilação,
drásticamente!
Basta fazerem extinguir
esse lume cá dentro!
Estremeço até
só de imaginar
esse veredito de asfixia.
Ai!, chama minha
gentil
...
...tão apagável.
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________________LuMe