Uma tempestade

Eu estou dentro de casa

E há uma tempestade lá fora

Relâmpagos brilham na noite

Num ínfimo segundo

A iluminar o céu e se estinguir

E logo após, feroz, vem o atroz trovão

Como um rugido

E tudo mais que é brando e forte

No reino das feras.

A calamidade me venera

Está sempre atrás de mim.

Nesse mundo é preciso saber de tudo

E eu não sei de nada

É preciso está atento a tudo

Mas eu perco o tento fácil.

Viver em retirada

Minha alma chora

O sentimento covarde

Do meu peito me afoga.

Ir sem medo

Viver sem medo

E no fim de tudo

Estar com medo.

Eu quero a paz de respirar o ar

Sem as balas dos mortais

De poder ir por aí e o perigo

É querer nunca mais voltar

Mas cada tempo que passa

Eu quero ficar ainda mais em casa.

Eu tenho um pouco de amor

A me dedicar

Porém tão pouco que me esqueço

E tenho muito medo

Medo de não lembra-lo

E que esse amor não seja conhecido

Pois tenho medo do desconhecido.

No fim de tudo

O que mais assusta

É o trovão

Mas o maior perigo

É o relâmpago.