R.A. (Rimadores Anônimos)

Sou escravo do verso

e a rima é meu cruel capataz...

Se mal arquitetadas – mil chibatadas...

A escravidão da rima é um jugo cruel

aos não versados no sentido do verso

que, se devidamente corrigido,

talvez algum sentido tenha...

Devidamente corrigido, talvez tenha algum sentido...

O raio da rima é que insiste, por mais que tente fugir dela

e fujo pela porta, para não pular da janela...

A rima torta...

E disso eu entendo bem:

Da tortura da rima!

A desgraçada me impele a suar...

e aí me aflora

(aflorar tem que ser de dentro pra fora, lamento)...

e sai pela pele...

A rima torta! Isso importa?

Acho que não...

São as fugas impossíveis

dos versos e das rimas sofríveis...

Mas tudo bem! Nem todos dizem: "Assim seja"

e preferem dizer: Amém!

Mas não é crítica,

nem falta de humor!

É caso para uma solução psiquiátrica:

Amanhã, um divã...

E nem faço pouco caso do verso – é um outro caso!

Toda medalha tem o outro lado (não vou usar sinônimo)...

Diacho, não resisto... É reverso!

Entrarei para os R.A. (RIMADORES ANÔNIMOS)

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 24/10/2005
Código do texto: T62822