À sombra da ampulheta
Só quem entende a noite mergulha em meus sonhos.
A sombra lírica da vida cobre teu rosto neste sono, incerteza, proeza, total abandono.
Só quem para no tempo lamenta a despedida.
Deixando água dos olhos caírem, solidão, fantasia, fatos que engolem a vida.
Só quem soluça entre muros, entende a irreal verdade.
Dores são apegos incolores, espinhos que levam vontades.
Só quem desfaz os desejos entende a sorte.
Horas, dias, semanas, momentos que nos aproximam da morte
Cada segundo em que respiramos mais perto da morte nos aproximamos
E será que ao chegar repentino dela em nossa porta alcançamos em vida o que almejamos?
Será que tudo valeu a pena e não desperdiçamos nossas vidas perdendo tempo com coisas banais
Tanto tempo de espera, tanto choro engolido, pois sempre achávamos que existiriam dias a mais
Mas uma hora tudo acaba
Nem sempre o conto é de fadas
Ver em teus olhos a praga,
Amaldiçoado pela mão que afaga
Engula as velas; a luz?... apaga
Sua vida se acaba
E se não valer de nada?
Contra o tempo, contratempos, conto o tempo
Respiro esse tormento
Não me ausento, de frente o enfrento,
Desperdiçar o talento? Achar que tudo está lento?
Se perder no tempo? Se achar no vento?
Confuso, contraditório?
Mudando de um jeito simplório
As palavras, a alma alucina
Seu rosto se perde em seu olhar de menina
Eu de homem maduro sou um garoto assustado
As fraquezas transparecem, não mais as levo calado
Amadureci cedo ou fui obrigado a matar pra não morrer?
A valentia de todo guerreiro se perde quando a coragem o mostra ser um fraco assustado quando penso em te perder e sinto meu corpo tremer.
[...rOg Oldim e Renata Dias...]