Amorfo
.
...Estava lá e vi!
De facto, vi tudo
o que era de ver.
Vi-o levar a chama
a bom porto
como por destino
e por isso mesmo
a um único auge
numa realidade
única e isoloada.
Juro que vi!
E até o conhecia;
esteve comigo
até se inflamar
e, assim mesmo, despojar-se.
Consumiu-se-lhe a existência
cumprindo-se, enfim,
numa exaustão.
Eu chamava-lhe
corriqueiramente
... Fósforo!
Ele nunca chamou
por ninguém.
Acabou o seu tempo
numa paz justa,
a paz do meu cinzeiro.
.
________________LuMe