Amorfo

.

...Estava lá e vi!

De facto, vi tudo

o que era de ver.

Vi-o levar a chama

a bom porto

como por destino

e por isso mesmo

a um único auge

numa realidade

única e isoloada.

Juro que vi!

E até o conhecia;

esteve comigo

até se inflamar

e, assim mesmo, despojar-se.

Consumiu-se-lhe a existência

cumprindo-se, enfim,

numa exaustão.

Eu chamava-lhe

corriqueiramente

... Fósforo!

Ele nunca chamou

por ninguém.

Acabou o seu tempo

numa paz justa,

a paz do meu cinzeiro.

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________________LuMe

Luis Melo
Enviado por Luis Melo em 24/03/2018
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