O CAÇADOR DE GIGANTES

Sou um caçador de gigantes. Arco na mão, pés no chão. Uso flechas porque são silenciosas. Escondido no espaço livre das folhas, crivo mentes e corações. Não, não me pagam recompensas. Meu ofício é perseguir inocentes. Apresento-lhes a queda. Uns são pegos sorrindo, outros são pegos sonhando. Muito empenho e muito engenho. Entro na taberna e tomo da amarga para a coragem não me faltar. É solitário o meu trabalho. Se atinjo um por dia, fico contente. Um por dia. Um hoje. Sou um caçador de gigantes. São colossos, que alguns denominam leitores.

Escobar Sete
Enviado por Escobar Sete em 29/08/2007
Reeditado em 29/08/2007
Código do texto: T628974