Eu vi o gigante guerreiro

Eu vi o gigante guerreiro

no dia de minha derrota

e soube que contra um perfeito

não tenho caminho à vitória.

Mordi-me com medo e cuidado,

pensei na estratégia ideal,

porém no primeiro meu passo

sujava meu sangue o punhal.

Passado vão na academia,

lembrei os aplausos dos mestres

enquanto aos joelhos caía

rezando as últimas preces.

Gigante me olhou com desprezo,

virou-se sem golpe fatal:

"-- Não vales da morte o apreço

em guerra, e nem do metal."

Jogou o punhal no gramado,

impuro de meu sangue inútil:

"-- Desiste da morte, és fraco;

retorna ao destino teu fútil."

Cuspi! Quis mostrar mais bravura!

O cuspe foi seco, no chão...

Gigante se foi, e nem fúria

plantei-lhe no seu coração.

Vivi para nunca mais vê-lo,

e sei que hoje luta com deuses --

prazer foi saber bem a tempo

não faço eu dos grandes as vezes!

27/3/2018

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 31/03/2018
Reeditado em 31/03/2018
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