Mãos de Pergaminho

Me sobram espantos do extraordinário que tão perto vivi...
Do olhar brejeiro que povoa minhas lembranças
a cada hieróglifo do tempo.
Por isso escrevo, para não perder
o que vai se distanciando dos olhos,
se perdendo dos lábios, fugindo
pelas beiradas das grietas interiores...
Me inclino, calada e feliz, sobre as nuances
das vivências ainda presas na retina,
nos mistérios que a alma sente,
no inusitado que agora faz mover
silenciosa e meigamente as mãos
sobre o pergaminho da vida...

Poema e foto