(a Edgar Allan Poe)
"Não me deixes", eu te disse, "Não me deixes"...
mas partiste.
E eu fiquei aqui tão triste
de tão só que eu fiquei...
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Foi por sentir-me tão tolo, tão sem rumo e desolado
Que, em teu leito abençoado, eu vim procurar consolo.
Mas dói-me mais o que sinto, por saber-te tão ausente
... só teu corpo está presente.
Tudo aqui é tão silente...
Como a vida está distante!
Tudo aqui é paciente...
Quanta gente que está morta!
Quanta!
E torno-me consciente do horror do panorama
... Ó insana morbidez!
A perda de quem se ama por si só já é tão dura,
Por que erguer estruturas que ironizam o nosso drama
com tamanha solidez?
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Vou-me embora amargurado.
Aqui não volto outra vez.
Além da humana insensatez,
Nada me foi revelado.