Uma cidade qualquer
Céu nublado, cinza
Como o azul do mar
O vento sem fôlego
Toca flauta nas janelas
As árvores, como prédios
Coloridos, lado a lado
Enfeitam as ruas
Por onde os dias passeiam
O sol faz sombra
Com seus raios brancos
Da cor do mel
E as abelhas se orgulham
O mar desaba em gotas
Que pintam o chão
A sete cores
Insípidas, inodoras e incolores
Dois corvos pousam
Nas copas coloridas
Trazendo nas asas negras
As mil cores vivas da noite
O comboio exibe a cidade
Em suas janelas
Como um filme mudo
Que dança às gargalhadas
As pessoas tiram seus chapéus
O vento ainda toca
O sol já foi dormir
E a noite no pique todo
Os prédios já são gatos
E as janelas são seus olhos
Os cães ladram em coro
E o vento pára pra ouvir