Utopia de prazer

... E nessa utopia, dançamos a luz do imenso luar...

Esse mesmo, que pendurado nos céus onde lhe tenho,

faz-me ser assim, amada, amante, mulher, sua...

Quero sonhar, mas sou eu o próprio sonho,

pinto de amor o corpo, encontrando nos seus beijos o caminho da vida

que em canteiros germina em flores trazendo harmonia

onde antes a tristeza dormia.

Amor que na ilusão do que somos nos faz amante,

nos toma no inteiro que nos propomos.

Destituídos de nós mesmos, entregamo-nos nessa loucura,

amando-nos na linha tênue da paixão que separa a realidade da ilusão.

Revestimo-nos na transparência das almas que orvalhadas

deita-se nos leitos dos rios que correm sabendo do seu curso,

calçamos nossos pés de versos andarilhos,

caminhantes nas estradas que aos amores nos levam.

Abrem-se então as asas que carregam seu amor e o meu,

seguimos na dança do imenso luar ao qual utópicos nos entregamos,

dançamos sem palavras somente amando na força que nos faz sonhar...

No mesmo amor, revestimos nossos corpos suados,

sobrevoando a própria lua que nos leitos do nosso rito se espelha.

Na entrega do rio ao mar, a origem do nosso destino soando em sinos inexistentes,

nos sonha amantes em terras desprovidas onde o canto emudece o prazer.

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Aisha
Enviado por Aisha em 24/10/2005
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