Aos Menestréis

Estamos vendo entre os homens/

Que a lei tem endereço/

No entanto, assim como a luz/

O tempo é para todos/

Estamos vivendo dias e dias/

Difíceis de suportar/

O amor se tornou vaidoso/

Deixando o coração sem função/

Só a esperar/

Que morte venha a qualquer momento/

A Democracia e a liberdade nesse desalento/

Como um deserto/

Esperam para acreditar/

Que a chuva e a sanidade humana venham da esperança proclamar uma nova casa/

Acontece que os prazeres do mundo ditam a era/

E o povo, feito fera/

Ignorante e religioso, consome tudo o que a insanidade dita, com fé/

Abençoado seja os que já morreram/

Pois que o caos, na falta da conduta essencial a vida/

Vorazmente come o ventre da ordem/

Ainda latente, a fogo e a sangue/

Fazendo nascer a dor, a lágrima e o ódio/

Cujo clamor, sob a injusta medida, espalha-se como doença/

A fermentar no seio das horas essa miséria, que tanto assombra/

Essa fome, que caminha lado a lado com a mentira/

E que faz tantos seguidores/

Aponta culpados sem serem capazes de julgar/