Poeta por esforço
Ser poeta por esforço,
não apenas por vocação,
não é assim mais valoroso
o que sofre, que duro galga,
que vai sangrar para polir
sua arte amada?
Talento natural não se esnoba,
mas ainda mais admiro o sabor
da peça que ao suor lavada
brota dos calos e tanto ardor
com a febre da conquista
Do que se corta e quebra,
nas palavras se reconstrói,
E concebe que pode ser melhor,
tão logo se autodestrói
para refazer com mais vigor
Eis que o castelo de ambos
Alcançam no momento o topo,
Com os seus subjetivos adornos,
Na poesia que lhes vão consumir