Sei lá quem eu sou...
Sei lá...
Sei lá quem eu sou...
Sou a selva, sou a relva, sou o campo,
Sou o reflexo de uma imagem que um dia pensei ser
Sou um espelho sem rosto.
Sei lá...
Sei lá quem eu sou...
Sou um rio, sou um mar, ou apenas um riacho,
Deixando alguém passar
Sou sozinha, solitária,
Sou a nuvem passageira, que vagueia sem destino,
Sem um ponto pra encontrar.
Sei lá...
Sei lá quem eu sou...
Sou um animal feroz, sou um animal adormecido,
Sou a flor que desabrocha, e muitas vezes sou espinho.
Sou a semente lançada ao campo, muita vezes sou colhida,
Sou o sol, sou a chuva,
Sou o dia, sou à noite,
Sou a lua sou a estrela.
Sei lá...
Sei lá quem eu sou...
Sou angustia sou dor
Sou até mesmo um Condor
Que habita na mais alta das cordilheiras
Na planície e no deserto,
Sou o riso, sou o choro,
Sou a alegria, sou a tristeza,
Sou a doença e sou a dor
Sou até mesmo a cura.
Sei lá
Sei lá quem eu sou...
Sou o amor, sou o ódio,
Sou o temor sou o tremor
Sou a amante, sou amada,
Sou o fogo, sou a cinza,
Sou campo verdejante,
Sou apenas uma paisagem
De um lugar distante.
Sou bonita sou feia
Ou sou apenas o que sou...
Sei lá...
Sei lá quem eu sou...
Sou um cenário de alegria, outra vez de tristeza,
Sou uma estátua admirada, muitas vezes rejeitada,
Sou uma alma no mundo de pecado e sem razão
Sou mágoa sou tédio
Sou sozinha na multidão
Sei lá...
Sei lá que eu sou...
Sou o grito, sou o silêncio,
Sou a voz que ecoa no deserto
Sou o bem, sou o mal,
Eu sou busca a mim mesmo
Hoje aqui amanhã ali
Mas na verdade eu não sou alguém
Sou apenas um reflexo da minha alma perdida
Sem vida sem esperança
Buscando uma razão pra viver.
Sei lá...
Sei lá que eu sou...
Autora: Rita Canuto