SÓ PALAVRAS FICARAM
(Ps/425)


Era belo em nudez clara, era fundo
aquele amor que parecia eterno.
O coração exultava, na leveza
do momento, se pensava forte.
Quanto amor nas horas fugidias.
Quanta delicadeza dispensada,
ao amor, que parecia infindo
nas escaladas do tempo.

Saudade, nada mais!
Palavras e palavras, complemento.
Dou adeus àquele tempo ilusório,
que pleno fora, ora descumprido.

Palavras indigestas ferem
martelam e comprimem a alma
- Distância abissal!
Olhar vazio, sangue nas veias!
Trilhar e passar faz parte
O olhar perde o brilho e
no esquecimento, palavras
martelam. Ó desolado mundo!

Lá vem a canção.
No descompasso do coração
deixa correr à nuvem o amor. 
Elo perdido! Infeliz estou!
Parece a vida ter séculos
Parece triste, sem saber
que não tenho nada a dizer.
Pedra me senti no caminho.

Versos componho e ficarão
fronte as paralelas desencontradas,
da vigília em sombras, crime oculto,
no peito de uma exacerbada paixão!
Ausentei-me de ti em muitas estações
Te guardei no recôndito aconchego
do meu coração e te fiz só meu 
para te rever em qualquer estação. 

D'sestruturante Engano!

Neste vasto universo registro
palavras e nada mais
calam vida a dentro, tempo vago,
na constância de um viver!

















 
edidanesi
Enviado por edidanesi em 15/04/2018
Reeditado em 29/07/2018
Código do texto: T6309007
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