A Passagem

Um soco

Um vulto

Um clarão cheio de esplendor!

É ela!

A misteriosa dama que chegou!

Como audaciosa visitante que invade o nosso lar sem pedir...

Seu flash desconcertante invade minha mente, como que a repetir:

“São tempos profícuos à semeadura, vamos menina!

Permita-se florir! ”

Leve e fugidia, diz o que precisa.

Ensina lições emocionantes, extasiantes.

E como a magia sublime dos venerandos ancestrais...

Põe-se para fora!

Simplesmente se vai!

Esta dama que parece alimentar-se de utopia...

Que faz a noite virar dia...

Que aquece se a madrugada é fria...

Não conhece covardia

e a todos oferece:

luz,

conforto,

alegria!

Revira as entranhas do mundo,

e as dos mortais que ao seu canto rendem apologia.

Esta dama que entra sem pedir

e sai quando ainda é cedo...

Que, às vezes, dá braços a ironia

e não conhece apego...

Segue seu caminho, impetuosa e triunfante, e quando se vai

surge na alma uma estrutura tenaz,

causada pela reflexão que a sua passagem propicia.

Esta é a, enigmática e arrebatadora, dama da poesia!

Nijinska Nelly
Enviado por Nijinska Nelly em 18/04/2018
Reeditado em 20/04/2018
Código do texto: T6312498
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