Traumas resultante de todos os medos.

Nada que me favorecesse, nada mesmo a meu favor,
Nada que eu merecesse, exceto sonhos de torpor!
Iam-se os meus anjos... e deixavam-me tão só!
Entre monstros e marmanjos e num frio de dar dó...

Eram matas tão escuras! Tipo pântanos sombrios...
Eu sem qualquer armadura, em constantes desafios.
Eu queria meus olhos abrir, e de tudo me libertar, 
Eu queria dali fugir, por fim poder respirar...

Mas respirar eu não podia, ante seres tão medonhos!
Nos sonhos eu morria, mas não morriam meus sonhos.
Quantas vezes caí de pontes! E noutras tantas me afoguei...
E dos acidentes, aos montes, quase nunca escapei.

Criaturas fortes e velozes, de feições horripilantes!
Meus contumazes algozes em noites insones, arfantes!
Medos terríveis de chuva, de estar só e me perder, 
Medo do depois da curva, medo até de adormecer...

Traumas no ser impregnados, vivê-los minha alma hesita.
Se o coração se diz culpado, o pesadelo lhe é pura “vindicta”.
Tantos os pesadelos fez-me sagaz e atento,
Firme nos meus desvelos, apalpo antes os assentos.

E quantas vezes eu resisti à segura cama de meus pais, 

Estático, na minha eu fiquei, hoje jazem os velhos em paz! 
Meus anjos comigo cresceram, os pesadelos nem são tantos,
No pântano flores floresceram,
Se hoje deixam-me só...
Eu, simplesmente não me calo, ora eu oro, ora eu canto!