Cartas escritas em dor

Imergido em rios de sangue

Que desce a medida de cada dejeto lançado

Entupido e perdido em labirintos forrados de solidão

Suas idéias são lançadas em um universo em forma de caixa

Apinhados de caos em prisão de paredes invisíveis

No ar pairava a racionalidade

Que matava cada conquista adquirida até aqui

Medalhas que nasceram em guerras particulares

Se desfaziam ao socar as verdades que eram agora reveladas

Ferindo mais a alma do que a carne

A esmo de uma batalha que a cada segundo era vencida

Por uma teimosia em achar que o exagero supria a necessidade que a Vida o presenteou

Derribado em abismos colossais

Que sugavam a esperança

Sua árvore que crescia, perdia a folhagem

Perdia a cor, que deram sentido a estranheza grafada em sua história

Sumia em papéis que se queimavam em fogo gélido

Cinzas desenhavam a dor que era sentida naquele momento

Testa com gotas tóxicas exalavam cheiro de éter

Olhos atentos a tudo e nada, pupila vazia, sem brilho

Vidrados naquelas portas que fechavam

Sumiam sem explicação

O vento soprava tristemente

O céu escurecia, o silêncio ecoou como uma canção fúnebre

Cornetas saudavam os risos dos inimigos

Cansado, caído, com a culpa do tamanho de um monte

Tampando os ouvidos

Gemendo em prazer que queimava

Animal, fera de si mesmo

Cuspia entranhas carregadas de ilusão

Tudo se criava

E com medo

Transcendia em colapsos que penetram em ímpeto

Louco, inocente, com camisas de forças em seda

Caia na real, a todo deleitoso dia

Insano, querendo só fugir

Sabendo que acabara de virar as costas pra toda cicatrização

Crendo que ignorou tudo que Aquele fizera por ele

Por aventuras em sua utopia

Traindo o Único que olhou com carinho pra ele

Sendo um ingrato pecador

Doente em si mesmo, doente em excesso

Sendo injusto com o amor que fora dado com muito afeto por um Pai que não julgou o filho

O Pai que sempre esteve com ele nas situações mais doloridas...

Longe, só gostaria de não ter sido rebelde com a voz que o ajudava constantemente...

Ele chorava pela primeira vez de verdade

Estagnado, se mutilava em realidade que acariciava o seu arrependimento

Ele só queira não estar ali...

O monstro que dirigia

Só queria ter cada gota do seu corpo...

Como roda gigante

Tudo voltava dezenas de vezes

A sua alma gritava por ajuda

E sua teimosia só pensava em se deleitar...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 23/04/2018
Código do texto: T6316804
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