Nada

Temo nada

que não o escuro

que tão bem já conheço

e me aguarda com esmero

quero nada,

que não distanciamento

a quem já sei que pertenço

pois lhe sou por direito

tenho nada,

mas na única certeza

do que um dia terei sem dúvida

é a única coisa que não quero

o puro silêncio,

comandado pelo desligamento,

a sonolenta parada

para o esquecimento