Gratidão a vida

Tenho flores, orquídeas,

pela manhã gosto de acalentá-las,

o sol ostenta aquela claridade ofuscante,

o vento matinal roça minha pele,

arrepia meu corpo,

desperto com a candura das pétalas.

Em época chuvosa, o chão fica pintado de verde,

é o limo,

liso e escuro,

me escoro pra não cair,

mas a beleza do dia permanece inalterada,

é inexplicável, confesso,

nosso quintal é poético,

mesmo quando está sujo de lama.

Existem outras flores e um bambuzal,

algumas árvores,

tem ipê, açaizeiro,

cajueiro e graviola,

um pé de jambo do Pará,

uma árvore que dá uma castanholinha,

na frente, uma palmeira linda,

cajarana lotada de frutos,

uma linda boganville vermelha

e um sem número de flores pequenas,

não há como água de chuva pra fazer aflorar essa exuberância.

Esqueci, tem um ipezinho e vários pés de papoula no canteiro do muro.

Todo dia retorno e olho meu quintal,

tão pequeno e tão rico,

existem na natureza ambientes bem menores,

microscópicos,

mas tão diversos,

tão belos,

tão majestosos,

outros, universais,

tão imensos,

infinitos,

perdidos na escuridão do espaço.

Estamos embebidos nesse esplendor,

para usufruir, ganhamos inteligência,

para respeitar,

moral, regra do bem proceder.

Está em nós e em nosso entorno,

tudo se move,

em ciclos perfeitos.

É a vida!

Obrigado!