A calmaria

Fui para a rua à tarde atrás

De um emprego. Não encontrei nada.

O tempo passa e fico perplexo;

Não consigo acreditar em mim,

Tão surpreso de estar aqui.

Algo dá sinal, esperando o peso delgado

Da minha decisão que se sente burra,

Mas adoeço por presenciar a chuva

Da alma indignada.

A resposta nunca fica pronta quando

Me percebo.

Um passado construído no chão do

Bairro; lições que nunca aprendi desde

Que nasci para o André! Hoje nem

Digo amores ao espelho.

Tento matar o óbvio escondido debaixo

Da cama.

Lábios de um doce estranho paralisados na

Parede de um bar; medo que perguntava

Sempre a mim mesmo:

- Onde ficou o sonho pranteado por um

Menino?

Ficou; agora não mais existe.

Entendo a pressa de meu amigo, fica angustiado

De pensar no futuro;

Vou à noite atrás do que nem sei bem;

Encontrarei algo bom para se viver ou lembrar;

No outro dia descansarei da insegurança e

Sairá do coração a calmaria que não oferece

Dinheiro, mas vida única para se viver o passado,

Presente e futuro.

André SS
Enviado por André SS em 01/05/2018
Código do texto: T6324486
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.