A calmaria
Fui para a rua à tarde atrás
De um emprego. Não encontrei nada.
O tempo passa e fico perplexo;
Não consigo acreditar em mim,
Tão surpreso de estar aqui.
Algo dá sinal, esperando o peso delgado
Da minha decisão que se sente burra,
Mas adoeço por presenciar a chuva
Da alma indignada.
A resposta nunca fica pronta quando
Me percebo.
Um passado construído no chão do
Bairro; lições que nunca aprendi desde
Que nasci para o André! Hoje nem
Digo amores ao espelho.
Tento matar o óbvio escondido debaixo
Da cama.
Lábios de um doce estranho paralisados na
Parede de um bar; medo que perguntava
Sempre a mim mesmo:
- Onde ficou o sonho pranteado por um
Menino?
Ficou; agora não mais existe.
Entendo a pressa de meu amigo, fica angustiado
De pensar no futuro;
Vou à noite atrás do que nem sei bem;
Encontrarei algo bom para se viver ou lembrar;
No outro dia descansarei da insegurança e
Sairá do coração a calmaria que não oferece
Dinheiro, mas vida única para se viver o passado,
Presente e futuro.