Uma breve viagem ao inferno

Vamos subir lá!

As árvores estão nos fitando;

Espere! Deus Caos! Estamos chegando

Até a sua alcova demoníaca.

Estou dentro de uma cena chata,

Estou vivendo um século em alguns minutos

De incidentes já previstos e astutos

Nesta bola de miolos.

O chão está na vertical da noite;

Os galhos estão caindo na escuridão;

O silêncio vai contaminando um refrão

Escondido atrás de um palco sombrio

De artistas sinistros e robóticos.

Vejo todos em uma visão retardada

Presa na alma atormentada.

Penso que estou em um jogo.

O frio traz milhões de espadas

Que entram na carne e quebram os ossos de candura;

O corpo vai derretendo-se em loucura;

De repente sou movido a gasolina.

Quem é mais rápido?

A minha sombra? Eu?

A bíblia, o tempo, a cena, nada é meu,

Apenas as iluminações angustiantes.

O tempo é atroz, irradia e aflige.

O hospício é a minha casa!

Na margem lamacenta descubro que sou a caça;

Sou feito de perversão afiada e inverno destruidor.

As minhas mãos não conseguem sentir

Meu rosto frio. Estou sem rosto!

Chegamos ao inferno e o medo foi posto,

Nos enganando e gritando um fado.

O espelho não diz quem eu sou,

Destila a cicuta dos meus olhos amedrontados.

Cambaleio nu enquanto todos os corpos estão atados

A uma noite... que Satanás guarda!

André SS
Enviado por André SS em 03/05/2018
Código do texto: T6326319
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