Não ser

Me encontrei neste ponto da Estrada,

Minhas lembranças estão estragadas,

Não sei direito como cheguei aqui,

Mas meus pés sangram, eu mesmo vim.

Este céu não tem sol,

Nesta floresta não se ouve cantos,

Há um silêncio no vento,

Nenhuma folha cai...

A vontade que m chega

É como uma sombra que desliza,

Que se agrega as coisas úmidas,

Chorosos olhos distantes cintilam no escuro...

Será que é Inês?

Que foi feito de tua vida, querida?

Não, não é Inês,

É o pensamento materializado,

Uma forma que não pode viver,

Mas que tem animação,

A elencar meus trejeitos mais inseguros

Aqui neste lugar que não é lugar algum,

Talvez parte de um sonho,

De um pesadelo,

Que sabe?

Estou aqui e sei o que busco,

O fio da meada,

A ponta de onde possa desencubir-me de tudo quanto me tolda,

É o que farei...

Mas, a ponta é como uma nuvem indecisa,

Que ameaça chorar,

Mas que deixa a todos sob ela

A apenas a sensação de se ter ficado mais úmido,

Mas quente,

E quando o relógio se mantém fora do curso...

Isto é um delírio,

É a razão sem razão,

Uma desvontade,

Isso é apenas não ser...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 04/05/2018
Código do texto: T6326766
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