Liberdade

Andejei por caminhos à esmo

Deixei pegadas na areia de uma possível tentativa

Embora soubesse que fingir fosse uma escolha

Carreguei dias, semanas e meses, eles não eram tão amigáveis assim

Cada segundo que sobrevivia, mais morria para sair da gaiola do conforto

Grades me prendiam, meu pássaro interior não podia voar

Um vento triste consolava alguns versos mentirosos, uma poética dor cuspida

Naquele ar pairava apenas a dúvida e toda sua estirpe

Os caminhos eram encruzilhadas, que me jogavam sempre no mesmo poço de vaidade

À beira-mar eu via meus sonhos irem embora

A minha suposta felicidade parecia mais com uma novela mexicana

Sorrisos sem dentes para mostrar que está tudo bem

Andei até a sola sangrar, andei com fome de verdade e sede de mudança

Entretanto, se não houvessem atitudes minhas, isso não passaria de mais meia dúzia de palavras bonitas

Tive convicção do que finalmente era certo e errado, demorei, mas as nuvens negras foram indo embora

O sol iluminou, a Luz me mostrou

O céu do meu pensamento cintilou

Os meus olhos que não enxergavam, podem ver pela primeira vez as matizes que desenhavam a verdade nua e crua...

Um papel desceu sobre mim, e com lágrimas fui escrevendo

Teci uma história que começara a partir da quebra das amarras

A história que era composta por humildade

De uma extinção daquela vida sem propósito

Um pouco do meu eu foi dado à folha em branco

Pintei com letras, e com verdade, eu gritei: liberdade!

Andejei por um caminho onde eu pude ver jardins, bosques, verdades e conheci o amor.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 06/05/2018
Código do texto: T6328347
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