Dei adeus a dor
A poética dor sumiu no horizonte
Não sentou-se mais ao meu lado nas manhãs
Pude ler sem sofrer, escrever sem gemer, sorrir sem fingir...
Deixou-me ver as cores como elas são
Me permitiu respirar fundo e degustar de cada segundo mais intenso da vida
Não chorei como antes, as gotas não desciam mais com sangue
A dor foi embora, arrumou as malas e disse-me: Você não pertence mais à mim
Que bom, pois carrego da mesma opinião
Aproveitei e joguei bem longe cada retrato que nós tínhamos
Rasguei também as cartinhas que apinhavam a qualquer lembrança
Dei adeus de vez
Sem volta...
Hoje
A poesia acordou diferente, tive uma leve prosa
Falamos de ir sem medo
Combinamos de sorrir sem pressa
A poética felicidade se apresentou
E unicamente hoje, tive a certeza de que não dormiria mais abraçado ao sofrimento...