Dei adeus a dor

A poética dor sumiu no horizonte

Não sentou-se mais ao meu lado nas manhãs

Pude ler sem sofrer, escrever sem gemer, sorrir sem fingir...

Deixou-me ver as cores como elas são

Me permitiu respirar fundo e degustar de cada segundo mais intenso da vida

Não chorei como antes, as gotas não desciam mais com sangue

A dor foi embora, arrumou as malas e disse-me: Você não pertence mais à mim

Que bom, pois carrego da mesma opinião

Aproveitei e joguei bem longe cada retrato que nós tínhamos

Rasguei também as cartinhas que apinhavam a qualquer lembrança

Dei adeus de vez

Sem volta...

Hoje

A poesia acordou diferente, tive uma leve prosa

Falamos de ir sem medo

Combinamos de sorrir sem pressa

A poética felicidade se apresentou

E unicamente hoje, tive a certeza de que não dormiria mais abraçado ao sofrimento...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 06/05/2018
Código do texto: T6329110
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