Arrumando a casa

Decidi acordar para a vida, me levantei da depressão

Sai de um estado febril, joguei fora todo "remédio"

Abri a fenestra do meu ser, pude ver a luz do dia...

Segui adiante...

E fui imediatamente lavar o meu rosto de lágrimas, tomei um banho que purificou-me a alma...

Olhei a minha volta e vi o quanto as coisas se despendiam

Não havia harmonia...

Comecei arrumando o quarto do meu coração, limpei, joguei fora toda lembrança que fazia-me chorar

Na sala, os pensamentos tortuosos davam um contraste ruim, no sofá, o fantasma da tristeza assentava-se

As coisas realmente caminhavam para uma esfera doentia

Mas...

Não seja por isso!

Troquei os móveis de lugar, e a poeira do passado, foi espanada com convicção

O cheiro denso de fumaça, guimbas que se assemelhavam com o meu antigo estado

Garrafas cheias de sangue e vazias de verdades, um derradeiro à parte

Uma casa cheia de lacunas

Paredes sujas, pichadas de sofrimentos inventados

Aquele quarto, onde o sol não era permitido sorrir

Aquela cozinha, onde só se digeria rancor e medo de ir

Lutar, vencer, superar...

A varanda, onde flores mortas espantavam as borboletas

Cada cômodo bizarro foi se transformando

A sombra, o vento silencioso, as cores pálidas, a sensação de morte...

Eu apenas decidi mudar e mandar todos saírem pela porta da frente

Que exclusivamente agora, está aberta somente para a luz e tudo que existe de saudável nela...

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 10/05/2018
Código do texto: T6333025
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.