Arrumando a casa
Decidi acordar para a vida, me levantei da depressão
Sai de um estado febril, joguei fora todo "remédio"
Abri a fenestra do meu ser, pude ver a luz do dia...
Segui adiante...
E fui imediatamente lavar o meu rosto de lágrimas, tomei um banho que purificou-me a alma...
Olhei a minha volta e vi o quanto as coisas se despendiam
Não havia harmonia...
Comecei arrumando o quarto do meu coração, limpei, joguei fora toda lembrança que fazia-me chorar
Na sala, os pensamentos tortuosos davam um contraste ruim, no sofá, o fantasma da tristeza assentava-se
As coisas realmente caminhavam para uma esfera doentia
Mas...
Não seja por isso!
Troquei os móveis de lugar, e a poeira do passado, foi espanada com convicção
O cheiro denso de fumaça, guimbas que se assemelhavam com o meu antigo estado
Garrafas cheias de sangue e vazias de verdades, um derradeiro à parte
Uma casa cheia de lacunas
Paredes sujas, pichadas de sofrimentos inventados
Aquele quarto, onde o sol não era permitido sorrir
Aquela cozinha, onde só se digeria rancor e medo de ir
Lutar, vencer, superar...
A varanda, onde flores mortas espantavam as borboletas
Cada cômodo bizarro foi se transformando
A sombra, o vento silencioso, as cores pálidas, a sensação de morte...
Eu apenas decidi mudar e mandar todos saírem pela porta da frente
Que exclusivamente agora, está aberta somente para a luz e tudo que existe de saudável nela...