O FEIRANTE

– Ó, correto feirante, bondoso vendedor,

falante de tantas ofertas a fregueses!

– Ó, lembrado feirante, passado de pudor,

comerciante honesto, quase irmão, por vezes!

Feiras semanais, senhoras, produtos sadios,

donas de casa sem carros, tempo que havia

nas boas compras e sem esquecimentos tardios:

legumes, aves vivas... de nada se esquecia!

Na chegada invasora das lojas gigantes,

as compradoras partiram motorizadas

e invadiram supermercados elegantes.

Pra outros cantos foram os sempre feirantes,

levando consigo bens manufaturados.

Morreu uma amizade – surgiram negociantes!

Salvador, 1997.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 10/05/2018
Reeditado em 10/05/2018
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