O homem que virou suco 2

Joguei um anzol sem isca na lagoa

Amarrei num cabo de vassoura com barbante

Depois me escondi atrás de uma arvore magra e sem folhas

Já corre um boato por ai que não sou normal

Já dizem por ai que sou louco

Pois bem

Tenho certeza que a cada dia que passa chegamos mais perto do fim

Dai a felicidade vai morrendo aos poucos

Quando chega a noite vem o medo e a insônia também

Quase sempre escrevo alguns versos tristes

Então pela manhã, nada de alegria

Ai vou me arrastando como pedra por um longo dia

Ainda mais que hoje esta começando a propaganda da política

E lá vem promessas e promessas

É a tão adorável e desejável política brasileira

Quando penso que tá ruim é que começa a piorar

Tenho tido muito equilíbrio e muita paciência ultimamente

Também tenho inventado muita coisa interessante

Mas aquilo que tanto quero vira só um sonho

E tudo que me entrego termina em sono mesmo

Sem contentamento saiu cedo para procurar

Vou feito um moço pro centro

Vou na astúcia do bendito e "maledeto"

Mas é só gasto em cima de gasto

Gasto do ônibus e gasto do xerox

Gasto do pão e gasto do café

Visto a melhor roupa que tenho

Dai caminho sozinho rumo ao poupa tempo

Depois de dispensado me sinto um caco

Me sinto amarrado em um laço imaginário que não consigo desatar

É tipo um nó cego bem apertado

Não me sobrou nem o resto hoje

Dai saiu sem nada

Dai só me sinto só

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 11/05/2018
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