NUVENS CINZENTAS.

Além do tempo

está as sensações,

o tempo agora me traz

a fala,

essa cachaça que me faz

vivo,

a versão dos ritmos

da poética,

e o som da poesia na

voz do poeta,

é farto almoço aos

ouvidos.

Mas,

o ócio do anonimato

é despenhadeiro,

e a vontade de voar

nos olhos universais

são rios

de aduncas margens.

Pare por ai ó poeta...

O tempo é o dono,

e a poesia é infinita.

Por agora sigo as riscas,

as riscas, que me riscam,

planejo meus passos,

piso no cascalho para

não derrapar,

opa! Pare!

Me vem uma rima,

e de um jeito suave

coloca

minha auto-estima

no devido lugar.

Vai-se o tempo,

como as nuvens cinzentas

que passam por minha

janela.

e eu sem saber de nada,

projeto-me

para ser eterno.