Adeus
Adeus.
Digo a mim mesma chorando...
os tempos são idos
e a vida já seguiu se rumo,
acho que chegou a hora
de eu mesma me despedir
e deixar que o destino
tenha suas próprias nuances.
Adeus.
Repito a mim mesma sem saudade
das feridas que me consumiram
depois de chorar e sangrar
em versos que falavam comigo
e que falavam de mim
e que diziam aos outros
as angústias de um coração que chora
não porque a vida fosse amarga
e um vale de lágrimas...
mas porque existem aves
que só cantam quando choram
e que é chorando o seu próprio cantar.
Adeus...
entretanto adeus a quê?
À vida? À existência?
Não... essa a quero comigo.
Aos versos? Ao escrever
ao me mutilar com palavras?
Não... porque me é impossível.
Digo a adeus a algo...
que me doa e que eu queira que parta
pra que eu sinta a dor
de uma partida que ainda nem sei.
Adeus...
e é só isso
Queria que fosse mentira...
mas não: é poesia.
E quem há de duvidar disso?
Deixa doer então...
Adeus!