A arte de fumar

Sempre achei que a noite combinasse mais comigo

Hoje em dia, tem muito mais a sua cara

De como você (sobre)vive perambulando perdido em seus pensamentos

Talvez refletindo em como sua vida é cheia de tormentos

Ou em como ela não se assemelha nem a sombra do que fora um dia (será que foi realmente?)

Pensando tambem que já não sabe onde mora, tragando... agora chora.

Mesmo com todo o descontentamento, seus olhos pedem...

Uma outra forma de atenção, como quem espera...

Que de alguma forma me faz lembrar dos gestos de sua mão, fazendo a brasa bailar

Assim como as estrela... mas sem se apagar.

Tragar combina mais com você do que comigo

Talvez o alcoolismo seja mesmo meu ofício

Pois enquanto a bebida embaralhar todos os meus sentidos, estarei em paz...

Como contraposição a fumaça do teu cigarro, é tão carregada quanto o maquinário de sua mente

Que por sua boca escapa e tais palavras... inebriam minha mente.

Talvez... você não saiba, que acaba comigo

Quando me fita com olhar de "bandido"...

Mas junto tem sua inocência

Que traz consigo a paz que eu não tenho comigo

De maneira que eu não saiba, nem tenha certeza de nada mais.

As ondas do teu fumo me contagiam

Sua loucura me instiga, a sair pela noite serena

Sentar em plena rua vazia

Ou procurar vagalumes, até se apagarem...

Enfim... Aqui estou, tragando o quinto cigarro consecutivo, como se isso fosse me fazer esquecer

O mais irônico, é que eu nem sequer fumo

Mas você faz parecer tão bonito... Ou belo mesmo deve ser a sua filosofia

De que saborear um cigarro e mandar a fumaça ao céu

Será libertação de todos os pensamentos.

Delírio Rodrigues
Enviado por Delírio Rodrigues em 26/05/2018
Reeditado em 26/05/2018
Código do texto: T6346868
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