A arte de fumar
Sempre achei que a noite combinasse mais comigo
Hoje em dia, tem muito mais a sua cara
De como você (sobre)vive perambulando perdido em seus pensamentos
Talvez refletindo em como sua vida é cheia de tormentos
Ou em como ela não se assemelha nem a sombra do que fora um dia (será que foi realmente?)
Pensando tambem que já não sabe onde mora, tragando... agora chora.
Mesmo com todo o descontentamento, seus olhos pedem...
Uma outra forma de atenção, como quem espera...
Que de alguma forma me faz lembrar dos gestos de sua mão, fazendo a brasa bailar
Assim como as estrela... mas sem se apagar.
Tragar combina mais com você do que comigo
Talvez o alcoolismo seja mesmo meu ofício
Pois enquanto a bebida embaralhar todos os meus sentidos, estarei em paz...
Como contraposição a fumaça do teu cigarro, é tão carregada quanto o maquinário de sua mente
Que por sua boca escapa e tais palavras... inebriam minha mente.
Talvez... você não saiba, que acaba comigo
Quando me fita com olhar de "bandido"...
Mas junto tem sua inocência
Que traz consigo a paz que eu não tenho comigo
De maneira que eu não saiba, nem tenha certeza de nada mais.
As ondas do teu fumo me contagiam
Sua loucura me instiga, a sair pela noite serena
Sentar em plena rua vazia
Ou procurar vagalumes, até se apagarem...
Enfim... Aqui estou, tragando o quinto cigarro consecutivo, como se isso fosse me fazer esquecer
O mais irônico, é que eu nem sequer fumo
Mas você faz parecer tão bonito... Ou belo mesmo deve ser a sua filosofia
De que saborear um cigarro e mandar a fumaça ao céu
Será libertação de todos os pensamentos.