Maria da rua... parte 01.

Maria da rua...

Linda!

Com o um corpo escultural.

Delineado de forma abençoada,

De forma sem igual

Pele suave, pele aveluda.

Bronzeada, da cor do mel do sertão.

Enfeitiçada nas piscinas da vizinhança,

Pelo sol escaldante do verão.

Maria da rua...

Arrancava suspiros.

Arrancava desejos incontestáveis,

Dos homens que a viam passar.

Maria da rua...

A tarde galopava, nos cavalos,

Que apareciam, na rua.

Parecia uma amazona impar.

Com as rédeas nas mãos e o chicote em riste.

Cabelos negros esvoaçando,

Ao sabor do vento.

Maria da rua...

Sorria.

Corria pelas quadras de seu reduto.

Indo e vindo, em galopes que a fazia vibrar.

Os vizinhos corriam ao portão.

Para a admira-la,

Para vê-la passar.

Maria da rua...

Era um mundo de felicidade.

Não fazia conta das noites, nem dos dias.

E gargalhava, pulava, brincava,

Num mistério de pura magia.

Maria da rua...

Era feliz e não sabia.

Maria da rua...

Era sem igual!

Maria da rua...

Um dia, adoeceu.

E no dia seguinte.

Maria da rua...

Morreu!

E toda a rua...

Entristeceu!