Marginal
Manhã voraz, pensamentos vis
Chacoalhar de desespero
Vista cansada para a janela ao lado
Posso cantar à vida? Posso?
A felicidade escondida em migalhas
Já partiu
Fome de corpo e alma
E como de praxe a lua já sumiu de novo
Risos anônimos – Como cortes profundos
Me deixam hipocondríaco
Voz de lamúria, em meu ouvido gritam
(Marginal)
À margem da existência, retido em desertos
Sol escaldante de escuridão – Vida sofrida
(Eu sou)
Aos bens de espírito – Que alegres sensações
Os permeiam, em tato – Morto há dias
Faltou piedade, por fim
Uma sede insaciável de esperança me corrói