Ó mestre, minhas cordas, livrai-me disto agora, es-

Ó mestre, minhas cordas, livrai-me disto agora, es-

tou certo já sofri

bem mais que o necessário.

Somente um menino querendo sempre mais,

um tolo que não soube on-

de estava o relicário.

Julguei tê-lo nas caixas, nas d'oiro de meu pai...

Engano! Hoje percebo, porém tarde demais.

Ó mestre, o que antes tinha troquei pela prisão!

Surgistes me propondo uma má negociação:

"Se mais joias desejas, eu posso resolver.

Em troca só te peço, um boneco hás meu de ser.

Pois vês, tenho um teatro de marionetes lindas,

sê meu que te garanto riquezas d'oiro infindas."

Tão jovem e tão cego aceitei vossa proposta, a-

prendi contudo a dura verdade agora exposta.

Ó mestre, minhas cordas, livrai-me disto agora,

eu quero ter de volta o

meu velho relicário. O

tesouro é minha vida a que pouco dei valor!

Ó mestre, já sofri

bem mais que o necessário.

4/6/2018

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 04/06/2018
Reeditado em 05/06/2018
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