FIM DE TARDE.

Um cigarro

para quem gosta

do trago,

para mim que gosta

do teu sorriso

um afago,

letras soltas numa

avenida,

cheiro de pneus ,

fuligens de embreagens,

nada me turva,

nesta louca vida,

o cotidiano é minha

estrada,

por onde finco meus

pés ,

suor no frio do inverno,

boa desculpa para um

abraço terno,

a avenida passa,

da janela do automóvel

corre os olhos,

não distraio,

meu foco é teu colo

que desaba sob o

impio decote,

nada de maldade...

apenas o tempo real

da inspiração,

esta faca afiada que

mergulha no coração,

nada de cigarro

para quem gosta do trago,

tudo de mim para vós,

esta mistura de santidade

com pecado,

um bom prato para um fim

de tarde,

nada de alarde,

apenas expectativas.

Angelo Dias
Enviado por Angelo Dias em 08/06/2018
Código do texto: T6359151
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