UIVOS DAS NOITES.
Noite estava alta
e profunda,
a lamparina dormitava
na escuridão sem fim,
os medos circundavam
a moribunda luz,
então, eu reunia
meus anjos em preces,
lá fora os uivos
quebravam o silêncio,
tudo
era medo e indecisões,
eu não sabia,
mas a poesia nascia
em mim,
as varias mãos da noite
me planejavam para
longas viagens,
eu, sem querer, vou
projetando para outros espaços,
sou pássaro , sou pedra,
sou um voo sem destino,
poeta menino,
que goza do dia,
para morrer em paz
na solidão das noites.