...
Estranho esse apagar de luzes
As nuvens desfeitas em pó
O descolorido dos dias
O silêncio que é silêncio agora
quando antes era palavra
Não desconheço, mas me intriga
esse amontoado de nadas plantado
a perder de vista,
onde a vista antes, tanto alcançava.
Que tempo é esse que afasta até a sombra
de uma possível sombra desenhada na calçada?
Não há mais burburinho de ventos
soprando debaixo da escada
Nem uma nota doce deslizando
pelo fio cego da faca
Desfez o palhaço, a máscara
E no palco onde se fazia a magia
hoje não há mágica.
Ruiu a corda
A porta está fechada.