Melan(al)cólico

Eu costumava ter medo de quem bebia,

Medo dos meus pais brigando aos domingos,

Por causa do álcool, do veneno nas veias,

Medo que perdessem a cabeça um dia,

E acabassem perdendo o respeito e si;

Meus pais as vezes brigam por cigarro,

Uma briga injusta eu diria,

Deveriam brigar contra esse vicio,

Porém preferem brigar por moedas,

E sobre quem vai comprar o maço;

Disse a mim mesmo certa vez,

Que nunca beberia ou fumaria, perdi,

Ninguém me obrigou ou ofereceu,

Eu queria saber o que a maldita tinha,

Tirar a prova real se queria para mim;

Dizem que é veneno que mata saudade,

Que afoga tristezas há tanto sentidas,

Um gole e todos libertam seus desejos,

Outros mais e é fácil passar dos limites,

A bebida que arde e queima é feito eu,

controverso;

Doses fantasiadas pelo anonimato,

Que liberta partes escondidas da alma,

Mas eu me tornei melan(al)cólico,

Bebo para me divertir e ficar tranquilo,

Depois fico carente e pensativo;

Acenda o seu, baseado em fatos reais,

Preencha-se um pouco com ar,

Para aliviar pensamentos ou dores,

Eu não quero cometer apologias,

Mas se esse poema tivesse em folha,

Arrancaria do livro e você enrolaria;

Se há um vazio ao fazer tudo isso,

Se você precisa imensamente disso,

Cara, você precisa de tratamento,

Eu só digo como pode se divertir,

Cura pra alma só na nossa essência;

(Data: 14 de Maio de 2018)

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