O Amazonas e o Igarapé

O AMAZONAS E O IGARAPÉ

Às margens do Amazonas,

árvores frondosas.

À beira do Igarapé,

flores mimosas,

delicadas e frágeis.

Se o riacho pequeno

ao grande fosse ter,

seria um remanso sereno,

uma união perfeita,

em harmonia plena.

Mas, o Amazonas barulhento,

em dia de enchente

e impulsividade,

despejou seu caudal

no Igarapé pequeno.

Pensando alimentá-lo

destruiu a natureza delicada,

matou as flores da beirada,

que o riacho havia cultivado,

visto crescer e amava tanto.

Depois da sua impetuosidade

o Amazonas passou

e olhou para trás.

O que viu secou suas águas.

No seu egoísmo e insensatez,

para sanar suas próprias mágoas,

destruiu com toda intrepidez,

o trabalho de uma vida.

E agora, Amazonas caudaloso?

Como reparar este mal-feito,

como ajudar à ecologia,

reconstruir a planta frágil,

dar vida à flor levada na corrente?

Só Deus, que é Regedor do Universo,

com sua Força, seu Poder, Sabedoria,

pode reparar tão grande estrago.

Que o Amazonas volte ao seu percurso,

a este leito, capaz de suportá-lo;

e deixe o Igarapé no seu caminho,

não correndo, deslizando de mansinho,

em busca do seu próprio desaguar.

Se for este, no final, o seu destino,

desviando da vereda iniciada,

ele irá com o Amazonas se encontrar.

Gilda Porto
Enviado por Gilda Porto em 03/09/2007
Código do texto: T636763
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