Despedida

Quando partir, não quero as lembranças

De onde andei

Ou o que poderia ter feito

De como acertei ao emanar belas palavras

Ou dos erros que no fim

Não serviram para quase nada.

Quero que meus versos se libertem

E ao voarem

Possam encontrar a tranquilidade

E os lugares aos quais tanto desejei estar.

Não quero que as bobagens praticadas

Alcance os patamares

De uma discussão aleatória.

Desejo ouvir o som do silêncio

Na hora em que o grito da tempestade

Vier para absorver as sensações

Mais recíprocas.

Ao sobreviver perante os mais diversos desafios

Poder esculpir nas asas do tempo

As vozes de minha coragem

E daquilo que sempre sonhei representar.

Nos poemas perdidos

Caminhos encontrados.

Na partida o reencontro

Do que não foi esquecido.

Não é a despedida

Que constrói castelos de grandes

Ou pequenas lembranças.

É na tentativa

De ser,

E não apenas querer demonstrar

Para os outros a verdadeira capacidade.

Na despedida a chegada

Do desconhecido

Nas memórias a partida

Para uma possível

Reconstrução do que perdido

No percurso da estrada.

Hugo Paz
Enviado por Hugo Paz em 19/06/2018
Código do texto: T6368234
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