Despedida
Quando partir, não quero as lembranças
De onde andei
Ou o que poderia ter feito
De como acertei ao emanar belas palavras
Ou dos erros que no fim
Não serviram para quase nada.
Quero que meus versos se libertem
E ao voarem
Possam encontrar a tranquilidade
E os lugares aos quais tanto desejei estar.
Não quero que as bobagens praticadas
Alcance os patamares
De uma discussão aleatória.
Desejo ouvir o som do silêncio
Na hora em que o grito da tempestade
Vier para absorver as sensações
Mais recíprocas.
Ao sobreviver perante os mais diversos desafios
Poder esculpir nas asas do tempo
As vozes de minha coragem
E daquilo que sempre sonhei representar.
Nos poemas perdidos
Caminhos encontrados.
Na partida o reencontro
Do que não foi esquecido.
Não é a despedida
Que constrói castelos de grandes
Ou pequenas lembranças.
É na tentativa
De ser,
E não apenas querer demonstrar
Para os outros a verdadeira capacidade.
Na despedida a chegada
Do desconhecido
Nas memórias a partida
Para uma possível
Reconstrução do que perdido
No percurso da estrada.