ESCURO NOTURNO
Poema de:
Flávio Cavalcante


I
Além do palmo não enxergo nada
Sem encontrar nenhum ponto de luz
No que tateia os dedos na passada
Nenhuma sombra que sobra e conduz


II
Cego sem guia e sem bengala
Breu do labirinto sem achar saída
A voz que a língua se perde na fala
Num eco do tremor de toda uma lida


III
Olhos vendados buscando a direção
Caminhada incerta na estrada sinuosa
Labiríntico da tonteira na escuridão
O grito do silêncio parece alma penosa


IV
A noite adormecida de tensa escuridão
Não deixa vestígio de qualquer suspeita
Entranha um medo sem nenhuma explicação
A revolta sem volta que o corpo rejeita


V
Uma sombra do brilho incandescente
Busco no caminho um ponto de partida
Fazendo ao passo o ser lerdo e demente
Escuro noturno que atormenta minha vida
 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 23/06/2018
Reeditado em 14/01/2021
Código do texto: T6372069
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