DAMAS DO PRAZER
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Parida pela bocarra lamacenta
Àquela biraia suja e mal falada
Expurgada pela secreção nojenta
Forçada à permanecer calada
II
Algemas de ferro fundido
Tribunal que julga sem concordata
Rompendo a carne sangrando o tecido
Ferida profunda e dor estupefata
III
Fingir o amor mesmo estando cansada
Senhoras das noites mais que tardias
Perambulam pelas ruas na madrugada
Sem respeito lhe tratam por vadias
IV
Põe na lama seu pudor de mulher
Por causa de uma mísera batela
Passa sua vida dentro do cabaré
Por dinheiro come lixo igual cadela
V
Viciadas no auge do toque do prazer
Sem ter medo das falácias e da míngua
Só vai largar quando o corpo perecer
Ou os dentes cravarem o labor da língua
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Parida pela bocarra lamacenta
Àquela biraia suja e mal falada
Expurgada pela secreção nojenta
Forçada à permanecer calada
II
Algemas de ferro fundido
Tribunal que julga sem concordata
Rompendo a carne sangrando o tecido
Ferida profunda e dor estupefata
III
Fingir o amor mesmo estando cansada
Senhoras das noites mais que tardias
Perambulam pelas ruas na madrugada
Sem respeito lhe tratam por vadias
IV
Põe na lama seu pudor de mulher
Por causa de uma mísera batela
Passa sua vida dentro do cabaré
Por dinheiro come lixo igual cadela
V
Viciadas no auge do toque do prazer
Sem ter medo das falácias e da míngua
Só vai largar quando o corpo perecer
Ou os dentes cravarem o labor da língua