Dolorido cárcere

Aqui, deitado, só em minha dor.

O silêncio me rodeia. Quebrado apenas pelo silvo dos aparelhos

ou rumores disfarçados.

Só, e imerso em uniformes brancos, que deslizam rápido.

Às vezes se aproximam e me sorriem.

Alegremente atendem, e saem

já voltados para outro alguém.

Continuo só.

Nem sempre doi. Mas sempre faz doer a alma.

Num repente, me desprendo do corpo,

para o alto, longe.

Olho para baixo e lá está

meu cárcere dolorido, deitado, sozinho.

Aqui, tudo luz e harmonia. Aqui, novamente um ser completo.

Flutuo sonhadoramente, em inebriante paz.

Há esperanças aqui. E olho novamente o corpo, lá está.

Querido, amado, que tanto sofre, tantas alegrias sentiu.

Foi parceiro em todas as horas!

Agora, prisão de dor.

Mas não, que assim não será!

Do alto de meu voo envio a luz.

A energia emana da fonte divina

e a ele envolve todo.

Levanta! Reaja e cura a ti mesmo!

Não és cárcere, mas invólucro de paz e amor eterno.

Súbito,

miríades de pontos iridescentes o preenchem

e uma nuvem cintilante o envolve inteiro.

Tenho os olhos rasos d'água.

É amor, absoluto amor.

Volto agora, como pluma em suave brisa

E me integro novamente a ele

não mais calabouço

mas energia renovada, completa

vibrando ao som do universo.

Podemos tudo

pulsamos juntos e daqui nos erguemos

pois que a era da dor se foi.

Ao longe, raios de um amanhecer jubiloso

e a esperança da vida em plenitude!

Germânia
Enviado por Germânia em 26/06/2018
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