A revolução do poema

Quando partir o que ficará na memória

Serão os versos que fiz

Ao me esquecer das armadilhas da realidade.

Meus poemas serão eternizados.

Não pelo registro em páginas

Ou em folhas que se diziam apagadas

Pelas dúvidas do tempo.

Em minhas lembranças

Suas tentativas construirão

Castelos de superstições

Criadas por aquilo que nem sei de onde virá.

O que permanecera viva

E intacta

Serão os traços que modelaram

As vozes de minha luta

E superação.

Em cada linha

Uma lágrima

Um suor

Uma verdade e uma perda.

Ao me despedir

Em resistência

Renascerei a força

Do poema que abriga em minhas virtudes.

No descanso a batalha

Na revolução o repouso dos segredos perdidos.

Ser poesia

É arquivar em si próprio

Um olhar distante da realidade

E permanecer luz

Em meio aos gritos da escuridão.

Não é na sensação

Mais comum ou remota

Que surge a presença do poeta.

É no que a realidade se esqueceu

Para simplesmente

Continuar sendo

Uma refém de sua própria ilusão,

Que desperta no instante

Em que o poema se apresenta

Para proclamar sua revolução.

Hugo Paz
Enviado por Hugo Paz em 28/06/2018
Reeditado em 01/04/2019
Código do texto: T6376189
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