Cave sepulta

É verdade, o tempo; passou.

Meteu cravas na algibeira e,

do sol mangou.

Lavou meus santos com água fria,

todavia, deixou tinto o

alecrim e a lavanda.

Paredes de barro caiado adoram

quando chega essa parte.

O dourado espelho quer me ver fodendo,

a terna flor implora que eu gema.

-O que me dói, não é nada e, nem passa pelo vão.

No cálice d' água, no cálice de sangue,

contos d'mágoas estão se abrindo.

-Ai, que dor!...Que dor!

Velam as toras d' magnífica floresta.

-O que me dói não é nada e, nem passa pelo vão.

Debaixo do diáfano céu, torpor negro

abraça as desmaiadas colinas.

Os dias mostram a casa , as horas

mostram o chão..

São 5 da tarde e, o breu da cave

espera que eu sangre.

Tinahh
Enviado por Tinahh em 01/07/2018
Reeditado em 23/07/2018
Código do texto: T6378895
Classificação de conteúdo: seguro